Quando bem estruturado, um Canal de Denúncias torna-se um mecanismo altamente eficiente para a resolução de problemas estruturais dentro das organizações, permitindo a descoberta e o correto endereçamento de desvios de conduta e irregularidades. Promove assim, um ambiente empresarial ético e sustentável.
Ainda que os colaboradores sejam os principais responsáveis pelos registros de denúncias, a participação do público externo às organizações vem crescendo, alertando as empresas sobre a importância do correto tratamento destes relatos.
Clientes, parceiros e fornecedores estão atentos aos desvios de conduta e irregularidades eventualmente cometidos pelas organizações com as quais mantém uma relação comercial ou de consumo.
De modo a atenuar consequências negativas para o ambiente e imagem corporativos, é preciso saber orientar e conquistar este público externo para que suas observações sejam direcionadas para o Canal de Denúncias, recebendo um tratamento efetivo.
A contribuição dos públicos externos: o que dizem as estatísticas?
Segundo levantamento de dados feito pela ICTS Outsourcing ao longo de 10 anos de operação especializada em Canais de Denúncias, o colaborador é responsável por 85,9% dos relatos registrados. No entanto, a análise da série histórica da participação dos públicos externos à organização sinaliza um crescimento importante ao longo do tempo.
No período de dez anos, os Clientes contribuíram com o registro de 7,1% das denúncias e, somente em 2017, foram responsáveis por 8,4% dos relatos recebidos via Canais de Denúncias operados pela ICTS Outsourcing, sinalizando uma tendência de alta.
Já os Fornecedores corresponderam a uma fatia de 5,9% das denúncias em 2017, atingindo um patamar 31% superior ao índice de 4,5% verificado no acumulado de dez anos.
Quais as consequências para minha empresa?
O aumento na participação do público externo evidencia que as organizações são avaliadas além das paredes que as limitam. Casos antiéticos mancham a imagem de uma empresa não somente em seu ambiente interno como, também, nas demais esferas com as quais ela se relaciona.
Os relatos de clientes e fornecedores têm parcela representativa nas denúncias sobre “descumprimento de políticas, normas e procedimentos” e, também, na sinalização de “má intenção/ilícitos”. Uma empresa que tenha sua reputação comprometida diante da sociedade terá um caminho árduo a percorrer para reverter este quadro. Um verdadeiro esforço de turnaround Ético se faz necessário e, mesmo assim, em alguns casos, pode não ser suficiente para evitar o pior.
Frente ao risco reputacional envolvido, é necessário antecipar-se. O envolvimento e o estímulo ]à denúncia deve abranger os públicos externos da organização. É preciso utilizar essa “contribuição externa” de forma proativa e propositiva.
Sintonizar clientes, parceiros e fornecedores com os propósitos e valores da empresa, dar visibilidade em relação ao código de conduta ética e acesso ao Canal de Denúncias são elementos fundamentais.
Uma vez que estejam seguros e estimulados a denunciar, o aspecto-chave no estabelecimento e fortalecimento da relação de confiança é o tratamento tempestivo e especializado que se deve dispensar sobre as informações manifestadas, ratificando o discurso de Ética e transparência por meio de ações práticas e consistentes no dia a dia. Somente este tipo de retorno poderá transformar seu público externo num valoroso aliado no combate aos desvios e irregularidades que, inevitavelmente, atravessam o caminho das empresas.
Como sua empresa dá publicidade ao seu Canal de Denúncias? Todos os públicos conhecem a existência do Canal? Qual o tratamento dispensado sobre os relatos recebidos?
São perguntas importantes e que precisam ser endereçadas como parte de um Programa de Ética e Compliance efetivo, elemento cada vez mais necessário para a competitividade e sustentabilidade de qualquer organização.
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